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terça-feira, 2 de março de 2010
Jesus Cristo ressuscitou e está vivo. Por que, então, continuamos a ver Jesus Cristo morto na cruz?
Em outras palavras: por que não apenas a cruz e por que ainda o crucifixo? Desde o início do cristianismo, a cruz é um símbolo forte de nossa fé. Ela nos lembra o madeiro sobre o qual Jesus Cristo, nosso Salvador, deu Sua vida por nós, derramou Seu sangue, abraçando, em seu imenso amor, o sacrifício da morte na cruz. A árvore da morte transformou-se em árvore da vida. Ela é motivo de esperança para toda a humanidade purificada do pecado. A cruz tornou-se troféu de vitória. Por isso, encontramos a cruz nas igrejas, nas casas, nos cumes das montanhas, no peito das pessoas. Ela está conosco nas horas de alegria e nas de tristeza.Nós mesmos fomos marcados, na celebração do batismo, pela cruz traçada em nossa frente, e todo dia fazemos o sinal-da-cruz num gesto acompanhado da invocação das três pessoas da Santíssima Trindade.E por que não colocar sobre esse madeiro que representa Jesus crucificado a pessoa de Jesus, com seu corpo dilacerado pelos padecimentos, torturado em agonia ou mesmo morto?É claro que nós, cristãos, cremos que Jesus “ressuscitou ao terceiro dia” e sabemos que agora está vivo, triunfante, junto do Pai, ao mesmo tempo em que está junto de sua comunidade e dos que crêem nele.A tradição cristã reconhece, de longa data, o valor pedagógico e psicológico das imagens como suportes para a nossa comunidade. Olhando, de fato, para o crucificado, somos movidos a buscar o arrependimento e a conversão. Aprendemos a ver os “crucificados” que estão à nossa volta, também mergulhados na injustiça e na dor. Recebemos força para ser fortes e confiantes nas horas amargas em que nos deparamos com a cruz. Por isso, o Concílio de Nicéia II diz: “Quanto mais os fiéis contemplarem essas representações, mais serão levados a se recordar dos modelos originais e importantes da fé...”.
No mundo em que vivemos, parece sobremaneira necessário reforçar a presença de sinais ou símbolos religiosos, tão ausentes de nosso mundo secularizado. Sejam a Cruz e o Crucificado inspiração do amor que Deus tem ainda para com esta humanidade para a qual deu seu Filho, a fim de salvá-la
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